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Naakai – A trama ritual na vida wauja

Curadoria: Maria Ignez Cruz Mello

Coordenação museográfica: Marcos Wenzel Messias, Mariana Westphalen von Hartenthal e Edilene Coffaci de Lima

Locais:

  • Sede Histórica do MAE-UFPR. Rua XV de Novembro, 575 – Centro Histórico – Paranaguá, PR
  • MUSA – Rua XV de Novembro. 695, 1º andar – Centro – Curitiba, PR

Datas:

  • 18 de abril a 9 de julho de 2007
  • 19 de abril a 31 de julho de 2008

As sociedades indígenas de um modo geral devotam muito mais tempo à realização de rituais e festas do que a questões ligadas à sobrevivência, tais como alimentação e moradia. Contudo, quando procuramos entender a centralidade que os ritos e festas assumem, vemos que eles se referem, sim, à sobrevivência dos grupos, tratando de sua continuidade social e de suas relações com a natureza e com os diferentes seres que povoam o universo.
Com os Wauja não é diferente. Este povo, que vive na região das nascentes do rio Xingu há, no mínimo 1200 anos, realiza quase que diariamente rituais que buscam resgatar a alma de pessoas que adoeceram por causa da ação de !espíritos” perigosos, os apapaatai. Os Wauja chamam seus rituais de naakai, dos quais fazem parte a música, a dança, a pintura corporal, a distribuição de alimentos (peixe, beijú, mingau e pimenta) e o uso de tabaco. Conforme o apapaatai a ser “domesticado”, serão fabricadas máscaras específicas para o ritual, assumindo a forma deste “espírito”. Estas máscaras não são consideradas adornos ou representações dos “espíritos”: elas guardam características de seus “donos”, ou seja, dos apapaatai, e transformam a identidade daqueles que as vestem para dançar.
O que veremos nesta exposição, portanto, não são alegorias, fantasias ou enfeites. Temos aqui uma pequena parte da cosmologia de um povo, de uma visão de mundo que integra toda uma ética e uma estética, que aproxima a saúde da beleza e a doença da feiúra, que relaciona o bem-estar coletivo com o bem-estar individual. Acima de tudo, os Wauja buscam agir de forma efetiva sobre a fragilidade que envolve a existência humana.
(Texto de Maria Ignez Cruz Mello).

A exposição Naakai, realizada em parceria entre o MAE e o MusA, exibiu diversas peças da Coleção “Eduardo Nozaki Canó”, pertencente ao acervo da unidade do MAE, e fotografias dos Wauja de autoria de Maria Ignez Cruz Mello e Acácio Tadeu Piedade. Foi inaugurada em 2007 no MusA para depois ser instalada na sede expositiva do MAE em Paranaguá.